sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Um método, um caminho!

Para preparar bem uma celebração, necessitamos de um método, um caminho que nos oriente. O método que apresentamos aqui não se aplica somente na celebração da Eucaristia ou na Celebração da Palavra, mas pode ser usado também na preparação de qualquer outro tipo de celebração. É apenas questão de adaptá-lo.

É bom lembrar também que o uso deste método (consagrado pelo Doc. 43 da CNBB), não elimina a possibilidade de outros. Pode ser que as equipes de celebração já disponham de outros métodos. Aliás, seria até interessante confrontá-los, buscando um enriquecimento maior.
A preparação, enfim, deve ser um momento rico de espiritualidade e formação dos próprios membros da equipe. Se o encontro de preparação já for realizado num clima orante e celebrativo, com certeza, todos se enriquecerão.
O método proposto apresenta oito passos que poderão ajudar na preparação das celebrações. Vejamos:
Primeiro Passo: Pedir as Luzes do Espírito Santo.
Não há celebração litúrgica sem a ação do Espírito Santo. O Mistério Pascal que celebramos é fruto do Espírito. É ele quem acolhe e envolvem neste mesmo Mistério, a vida, as lutas e esperanças de todo o povo celebrante.
É por isso que somos chamados a invocá-lo no início dos encontros preparatórios das celebrações litúrgicas. Nós o fazemos para que tudo o que vamos refletir e preparar sejam para a glorificação de Deus e para a nossa santificação.
Esse passo é muito importante. Sem ele, corremos o risco de preparar “ coisas bonitas” , mas vazias da ação do Espírito. Não podemos nos esquecer de que o Espírito Santo é sempre novo. É ele quem “faz novas todas as coisas”. (Ap. 21, 5)
Como no Cenáculo, o Espírito Santo nos enche de alegria e coragem. Somos, então, enviados para preparar, “ com renovado ardor”, a celebração da Vida.

Segundo Passo: Avaliar a Celebração passada. 
A avaliação é, ao mesmo tempo, uma necessidade e uma exigência de nossa prática. Não podemos promover nem realizar nada sem levar em conta aqueles pontos que são, para nós, sinal de uma caminhada séria e consciente em busca dos objetivos que preparamos, como Igreja, em nosso Plano de Evangelização.
Por isso, é importante que, dentro da reunião de preparação, haja um tempo para se fazer a memória da ultima celebração em que a equipe atuou.
A avaliação nos permite ver as lacunas, desafios e também o progresso que já alcançamos. Além disso, ela abre novos caminhos. Ela nos permite ver, com maior clareza, os limites e alcances que temos em termos de Liturgia.
Sem a avaliação, corremos o risco de cair na ilusão de que “ tudo está indo bem” e “ o povo está gostando” .
Mas, para fazermos uma boa avaliação de nossa vida litúrgica, não basta perguntar sobre “ o que deu certo” e ‘ o que não funcionou” . Esse tipo de pergunta pode nos iludir, e nos levar a um nível de avaliação superficial e com pouca influência em nossa prática. É preciso que nos questionemos a partir da Assembléia, da sua reação, e não somente a partir de nossas equipes. A equipe também é parte da Assembléia, e não uma mera “produtora” de eventos para o público.
Níveis da avaliação.
A avaliação da vida litúrgica de nossas comunidades e, especificamente de nossas celebrações, pode ser feita em dois níveis. Vejamos:
Em nível da equipe: É a avaliação feita pela própria equipe de celebração, a partir de sua percepção e comunicação com a Assembléia celebrante.
Em nível geral: É a avaliação feita, por exemplo, numa assembléia paroquial ou da comunidade, no Conselho Pastoral, ou através de um questionário mais amplo para colher pareceres e sugestões de pessoas que participam regularmente das celebrações. Isso seria um instrumento valioso para a própria equipe.
Alguns aspectos a serem avaliados: Relação entre a celebração e a vida da comunidade; Envolvimento e participação da Assembléia; Relação com o Mistério celebrado ( Tempo litúrgico); Relação entre a equipe de celebração e a Assembléia; Relação entre a presidência e a Assembléia; Relação entre a equipe e a presidência; Atuação dos ministros; Uso dos símbolos, sinais, gestos e movimentos; A questão dos cantos; Outros...
Terceiro Passo: Situar a Celebração no tempo litúrgico e na vida da comunidade
Qual o Mistério que celebramos? É o momento em que a equipe recorda o domingo ou o dia da semana em que a celebração vai acontecer. Recorda-se também o Tempo Litúrgico no qual a celebração está situada. Lembrar que cada tempo tem sua característica própria, o que vai influir no jeito de preparar a celebração.
Qual a relação entre o Mistério celebrado e a vida da comunidade? A equipe recorda, agora, os acontecimentos que marcaram e irá marcar a vida da comunidade naquele dia, semana, mês, período... e trazê-los para dentro da celebração. Para fazer a ligação entre o Mistério celebrado e a vida da comunidade é importante ter presente com quem se vais celebrar? Qual o tipo de Assembléia? Quais são suas exigências e características? Obs: Esse passo supõe um conhecimento do Ano Litúrgico.

Deus Abençoe a todos 
Pe. Ivanildo







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